O tempo passa e a tecnologia nos alcança, o velho diário da infância cede espaço (não totalmente, faço ainda questão de mantê-lo)às inovações. A partir de agora, esse será meu espaço de divagações, devaneios, poesia, saberes e sabores e que orgulhosamente compartilho com voces. sejam bem vindos.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Quando crescer, quero ser estelionatária!
terça-feira, 29 de junho de 2010
Paixão de 1,99
Escrevi essa frase no Twitter outro dia e recebi vários questionamentos sobre o que seria uma paixão de 1,99. Ora, muito simples caros amigos, é aquela que você leva sem saber ao certo quanto tempo vai durar, a paixão sem garantias nem nota fiscal, que te espera em cada esquina a exibir-se chamativa e luminosa, tantas vezes espalhadas pelo chão ou em barracas improvisadas. É aquela paixão sobre a qual seu subconsciente o tempo todo te avisa não ter valor algum, mas que um dia, você resolve arriscar e levar.
Ah! E ela é tão bonita, tão atraente, tão cheia de luzinhas piscando! Por alguns dias (quem sabe horas) é o centro de todas as suas atenções, embora logo logo esteja reduzida a frangalhos, carbonizada ou compactada no próximo caminhão de lixo.
Deixar-se dominar por uma paixão dessas é queimar-se inteiro e num fogo só, é tornar-se um com essa chama, estalar, crepitar, arder e, num ínfimo segundo, extinguir-se, voltar ao estado natural de repouso na placidez morna das cinzas. Cinza, que é o estado natural dos desapaixonados.
Estar apaixonado, amigos, é a melhor coisa do mundo! É ser piegas, bobo, ridículo (muito ridículo) e démodé (e isso nunca sai de moda) é rir-se com besteirinhas, fazer com o outro, planos para o futuro e para o resto da vida que duram apenas alguns dias, é brigar e fazer as pazes mil vezes num período de poucas horas, é ouvir Waldick Soriano e chorar, é achar que todas as poesias de amor forma feitas pra vocês.
Essa paixão de 1,99 é um verdadeiro salto no escuro, ela não teoriza nem mede, não calcula nem contabiliza. Essa paixão vagabunda, made in China, não tem manual de instrução nem vida útil muito longa, mas é aquela que vai te fazer, num belo dia lá no futuro, sorrir sozinho ao simplesmente lembrá-la, que vai te fazer encontrar entre papéis uma poesia horrorosa e de pé quebrado que te fez a pessoa mais feliz do universo por alguns instantes.
A paixão instantânea amigos, de carnaval, de velório, de verão ou qualquer outra festa ou estação do ano, não respeita idade, Q.I, posição social ou gênero, ela é audaciosa e, ao mesmo tempo sutil e malemolente, temperada de mel e pimenta. A gente pensa que a vive, mas é ela que vive a gente, que conduz e dita as regras (ou a ausência delas). É dengosa e febril, ciumenta e exigente, musical, teatral, tragicômica. Eu acho que a paixão é baiana e, por isso tão universal.
Depois de extinta a chama, de juntos os caquinhos e atirados ao cesto de lixo ou à caixa de guardados, o que sobra é a tônica da vida. Paixão, inflamável combustivo.
sábado, 26 de junho de 2010
Ser e não ser
Estava aqui sossegada de minha vida, vendo um inofensivo programa na tv (graças a Deus eu já tenho canais fechados), fortemente decidida a não ligar o computador hoje, quando vejo um comercial para lá de bizzaro, não resiti, os dedinhos formigaram, o pensamento alçou vôo e cá estou eu martelando o teclado. Bem, no referido comercial é mostrado um produto revolucionário e milagroso, digno das Organizações Tabajara, é a Calçola Desembarangation do doutor Hollywood, capaz de transformar Free Willy em uma delgada sardinha. A função do tal adereço é reduzir instantaneamente alguns números do manequim até aí tudo certo. Ok, mas vamos raciocinar um pouquinho: uma mulher compra esse adereço, passa do manequim 42 para o 38 e vai pra balada toda gatinha, esbelta e acinturada, claro que com a finalidade de impressionar e conquistar alguém (se fosse só pra curtir um som ia com o corpo dela mesmo), lá chegando alcança seu objetivo, conversa vai conversa, acabam chegando aos finalmentes. Eu pagaria pra ver a cara do individuo depois que aquela produção literalmente hollywoodiana começasse a desmontar.
Amor ao HAI CAI
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Da filosofia de botequim ao divã do MSN
Agridoce
Não peço close
Sempre implico
Sempre faço bico
Não digo que quero
Se não tiver querendo
E quando quero
Não desisto
Nem morrendo.
Sou feita de mel
E de puro veneno.
Me desfaço em mil
Gosto de provocar calafrio
Sou birrenta e abusada
Incompreensivelmente amada.
Vilã mal humorada
Anti heroína declarada
Assim de cara lavada
Todos sabendo
O que levam pra casa.
Anti ética
Politicamente incorreta
Por dizer o que penso,
Mal educada.
Prefiro morrer
Que viver calada.
Extremista, radical
Em cima do muro?
Nem a pau!
Amo com todas as forças,
Sempre vou ao fundo,
Sempre vou até o final.
Sempre dou tudo de mim
E não aceito que,
de outro jeito
Sejam comigo
Senão assim.
Amiga dos meus amigos
Os poucos que me agüentam
E por esses enfrento tudo
Fogo, água e tormenta.
Família pra mim
Não é sangue
Nem laços de tradição
Família são todos aqueles
Que cabem no coração.
Catastrófica e bipolar
Estou aqui e acolá
Revezando entre a solidão
E o desejo de multidão.
Quero ler
Todos os livros do mundo
Quero viver cada segundo
Quero amar com intensidade
Quero rio e liberdade.
Quero Ser, quando crescer.
Quero Ser
Mas só quando,
E se,
Eu crescer.
Viviane do Carmo