domingo, 7 de julho de 2013

A eventual cegueira do amor.



A eventual cegueira do amor.


As vezes penso que essa coisa de “digo o penso”, “esse é meu jeito e não vou mudar”, seja apenas uma desculpa para poder magoar as pessoas. A verdade dói e nem sempre é a melhor solução, principalmente quando se trata de relacionamentos amorosos. Tá certo que a família do seu amor é um saco, seu cunhado é um pentelho e você não vai nem um pouco com a cara daquele melhor amigo, porém, antes de ter um ataque de sinceridade e sair dizendo exatamente tudo o que pensa a respeito destas pessoas é bom lembrar que foram elas quem amaram e apoiaram seu parceiro desde muito antes de você estar ali, foram eles quem seguraram as barras, deram apoio e força, compartilharam os piores e melhores momentos.
Amar implica, muitas vezes fechar os olhos para algumas coisas que nos incomodam mas que são essenciais na vida do outro, suportar situações para nós desagradáveis somente para poder desfrutar de mais um momento lado a lado, nesses casos vale disfarçar o desagrado ou omitir a opinião desfavorável, vale a pena esperar o momento certo para conversar a respeito sem agressões ou cobranças.
Recentemente ouvi que isso é agir com falsidade e hipocrisia, eu acho que é apenas vontade de preservar o outro ou o momento que se está vivendo, costumo dizer que de amigo, cabelo e parente só quem pode falar mal é a gente. Mesmo sabendo que uma pessoa não é a mais cheia de qualidades do mundo, ninguém gosta de ouvir comentários maldosos a respeito dela se a ama ou lhe tem amizade.
Claro que chega uma hora em que o sapo simplesmente não desce mais, esse é o momento para uma conversa civilizada, levando sempre em consideração que o amigo que você detesta pode ser a única pessoa a quem seu amor pode recorrer sem pestanejar, que aquelas festas de família que você acha tediosas marcaram a infância dele, que cada um tem seu jeito e suas peculiaridades, que a grama do vizinho nem sempre é mais verde e que sinceridade demais mais atrapalha que ajuda.


Às vezes, para ser feliz é preciso agir como aqueles bonequinhos celebres, que não falam, não ouvem nem enxergam. Amar é, de vez em quando fechar os olhos e engolir em seco. 

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