Eu quero um amor pra vida
inteira que dure enquanto for bom, que goste de dormir de conchinha, mas que no
dia seguinte pegue suas coisas e vá pra sua casa, sem neuras. Que entenda minha
necessidade de, as vezes (ou muitas vezes) querer ficar sozinha, assim, sem
nenhum motivo mesmo, que não queira DRs nem explicações toda vez que isso
ocorrer. Quero um amor que entenda que tenho gavetas dentro de mim que não
gosto que ninguém mexa, remexa, futuque, que tem coisas sobre as quais não
gosto de falar e outras sobre as quais não vou falar nunca, que se conforme que
tenho segredos, que não sou um livro aberto e que existem coisas sobre mim que ninguém, nem mesmo ele, vai saber.
Quero um amor que entenda
que sou meio felina, as vezes me achego, arranhando de mansinho, querendo
dengo, mas que também sumo dentro de mim e levo um tempo para voltar, que não
me cobre explicações cada vez que meu humor mude ou que eu transite entre a
euforia e o mais sepulcral silencio, que entenda que meus problemas nem sempre
tem a ver com a ele, quero um amor que não peça definições de sentimentos que
nem eu sei.
Quero um amor pra discutir
sobre arte, cinema, literatura, para segurar a barra e amarrar as pontas, que
saiba me ouvir falar e, sobretudo que saiba me ouvir calar, que perceba que
odeio pedir e que sim, às vezes quero que me adivinhe, me surpreenda, se antecipe
àqueles pequeninos atos que fazem a maior diferença.
Quero um amor que entenda
que não preciso de gaiolas, que quando resolvo ficar, eu fico, e por vontade.
Que saiba que quando amo é por inteiro e sem reservas, quero um amor que
certamente vai permanecer no campo das inexistências.
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